O senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que pode apresentar ainda neste mês de outubro o relatório do Projeto de Lei (PL2648/2019) do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) que disciplina a exploração de cassinos em resorts.
Coronel, que é totalmente favorável à legalização dos jogos de azar, enxerga nos cassinos uma ótima fonte de arrecadação para bancar os programas sociais do Governo Federal, como o Renda Cidadã, que segundo informações do Planalto substituirá o Bolsa Família.
“Você quando cria um programa, você tem que ter uma fonte de receita para cobrir”, explica o senador, fazendo cálculos aproximados de quanto os cassinos legalizados podem colocar de dinheiro nos cofres públicos.
Segundo ele, em países como a Itália a arrecadação com os jogos equivale a 1,6% do Produto Interno Bruto, o PIB, e se esse percentual for alcançado no Brasil, haveria um acréscimo de R$ 50 bilhões no Orçamento Geral da União destinado aos programas sociais.
Atualmente, de acordo com o senador, o valor disponível no Orçamento para os programas é de R$ 33 bilhões.
Coronel acredita que além de se aumentar o valor, seria possível também elevar o número de beneficiários.
Atualmente, 14,5 milhões de famílias são atendidas pelo Bolsa Família.
Com a chegada da arrecadação gerada pelos jogos de azar, o número de beneficiários poderia pular para 22,5 milhões, acredita o senador baiano.
“Nós temos primeiro que negociar com o governo qual o tamanho do bolsa família. É manter os cerca de 14 milhões? Vai passar para 22 milhões?”, explica o senador um dos pontos para que ele finalize o relatório do PL.
Coronel acredita que se o governo abraçar a legalização dos jogos, será mais fácil que o projeto seja aprovado no Congresso Nacional.
O senador informou que o ministro da economia, Paulo Guedes, tomou conhecimento do conteúdo que tramita no Senado e achou a proposta ousada.
Coronel acredita que legalização dos jogos renderia R$ 50 Bi para Bolsa Família
Entraves – Não é a primeira vez que o Congresso Nacional discute a legalização dos jogos azar.
No passado, várias propostas nesse sentido foram rejeitadas por deputados e senadores, principalmente os que pertenciam à chamada bancada evangélica.
Mas Coronel tem esperança de que essa fatia do parlamento tenha atualmente uma nova visão do assunto.
“Se as igrejas querem anistia fiscal, você tem que ter outra fonte de receita para cobrir. ‘Já que nosso segmento está sendo beneficiado, vamos dar as mãos para que outros segmentos sejam beneficiados´”, aposta Coronel que esta será a nova forma de pensar dos evangélicos.