O senador Angelo Coronel (PSD-BA) voltou a criticar o projeto de reforma do Imposto de Renda enviado pelo governo ao Congresso Nacional.
Coronel é o relator no Senado da proposta aprovada pela Câmara dos Deputados, em 2021.
“Eu quero dizer que, enquanto eu estiver vivo, com a proteção divina, esse projeto continuará no lugar em que está, na minha gaveta”, disse o relator, durante o encerramento do VI Congresso Internacional de Direito Tributário do Rio de Janeiro, promovido pela Associação Brasileira de Direito Financeiro (ABDF).
O senador considerou que, de sua parte, o projeto poderia andar no Senado, desde que houvesse acordo na Câmara para aprovar.
“A Câmara é terminativa, já que começou lá. O meu medo é esse. Eu alterar, e a Câmara falar que ‘pode alterar que a gente acata’, e depois chegar lá e eles mudarem tudo para o projeto original”, alertou.
Angelo Coronel recebeu da Associação Brasileira de Direito Financeiro um manifesto contra a proposta de alterações no Imposto de Renda.
A entidade é mais uma, entre várias outras ligadas ao mercado financeiro e ao empresariado, a se manifestar contrariamente à reforma do governo aprovada pelos deputados.
“Precisa responsabilidade para que a equipe econômica, ao editar uma matéria de tamanha importância, que vai mexer com a vida de todos os brasileiros, tenha a responsabilidade e estude para não pagar mico e deixar a bomba depois na mão do poder Legislativo”, frisou Coronel.
Críticas a Guedes – O senador baiano criticou também o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Temos um ministro da economia que tenho a impressão de que não leu uma folha sequer do projeto do IR. Acho que não leu, porque se lesse, ele não ia querer tributar dividendos e estoque que já foi tributado. Se ele lesse, não ia querer acabar com juros sobre capital próprio, que também financia as próprias empresas. Se ele lesse, não iria querer fazer distribuição de dividendos das empresas de lucro presumido, que são as empresas que mais pagam impostos no Brasil, proporcionalmente. Se ele lesse o projeto, ele não iria queria fazer com que as empresas do lucro presumido se assemelhassem às empresas do Simples”, enumerou o relator.
O senador prometeu enviar aos organizadores uma minuta de seu relatório.
*Com informações do Jota