O senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse que está havendo muita ‘politicagem’ no combate à Pandemia no Brasil.
A declaração do senador baiano foi dada nesta 6ª feira, 30, em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Angelo Coronel citou como exemplo de politicagem, e classificou como absurdo, o veto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, à entrada no país da vacina russa Sputnik.
“Será que essa vacina, que já é largamente utilizada na Argentina, na Venezuela, na própria Rússia serve para imunizar esses países e não serve para imunizar o Brasil?“, questionou Angelo Coronel na entrevista.
“Nós temos que pressionar o governo a fazer acordos com outros países para que a vacina chegue com rapidez”, resumiu Coronel o que, em sua opinião, deve ser o principal trabalho da CPI da Pandemia, instalada esta semana no Senado.
Embora reconheça que erros na condução ao combate ao Covid devem ser investigados e punidos, Angelo Coronel voltou a frisar que a CPI deve se preocupar menos com o passado e mais em salvar vidas.
“Nós temos que agir agora na CPI com muita rapidez, com muita celeridade, sem politicagem, para que a gente consiga vacinas de imediato para imunizar a sociedade brasileira. Se ficar só na politicagem, vai se transformar numa grande pizza a CPI da Pandemia“, advertiu o parlamentar baiano, presidente da CPMI das Fake News.
Angelo Coronel quer que o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, explique à CPI qual é a metodologia da Agência.
Barra Torres foi convidado a ir à Comissão a partir de requerimento do próprio Angelo Coronel, aprovado pelos integrantes da CPI.
“Por que da demora? Por que o vírus vai matando no dia a dia e nós temos o recurso na mão (vacina), mas temos o entrave da Anvisa. Já basta o negacionismo do governo. Eu sei que a Anvisa é governo, mas é uma agência, e uma agência tem a obrigação de agir com mais imparcialidade”, cobrou o senador.
“Se ele (Torres) for conivente com essa não entrada de novas vacinas no Brasil, ele pode ser indiciado criminalmente“, lembrou o senador, realçando que “nós não podemos admitir que vidas são ceifadas diariamente por causa da burocracia governamental”.
China – O senador informou que há requerimento para que a CPI ouça o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre suas frequentes declarações de confronto com a China, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, “o maior em comodities e maior fornecedor em insumos para a vacina, e os ministros brigam (com a China) como se estivessem tratando com um inimigo”, destacou Coronel.
“Eu sempre digo na minha vida empresarial e política que fornecedor você tem que tratar bem, porque ele é que te libera a matéria prima para você tocar sua empresa”, alertou Coronel.
“O que eu tenho notado é que no próprio seio do governo Bolsonaro está cheio de inimigos. Até parece que há uma conspiração das pessoas que ele indicou para órgãos do primeiro escalão para derrubá-lo”.
Senador informou também que dois de seus dez requerimentos convidam os presidentes da Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Butantan e têm o objetivo de saber se houve negligência ou mesmo negativa do governo em atender algum pedido dessas instituições.
Para haver indiciamento, explicou Coronel, é necessário que haja confronto, na CPI, entre pessoas envolvidas.
O senador também pediu em requerimento que a CPI ouça o presidente da Pfizer sobre a denúncia de que o governo não quis receber 70 milhões de doses que teriam sido oferecidas em 2020 pelo laboratório.
“Nós queremos saber por que o governo Brasileiro não comprou essas 70 milhões de doses no ano passado”, adiantou o senador, destacando que isso poderia ter evitado milhares de mortes por Covid.
“Precisamos inquirir os dois lados para saber quem está com a razão”, frisou Coronel.
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