Em novo prazo, CPMI das fake news está de olho nas mentiras sobre pandemia

Começa nesta 3a. feira, 14, a prorrogação do prazo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a disseminação de informações falsas em redes sociais e em aplicativos de mensagens, a CPMI das fake news.

O prazo inicial, que se encerrou nesta 2a. feira, 13, foi prorrogado por mais 180 dias e agora irá até 14 de outubro.

209 deputados e 34 senadores assinaram o requerimento de prorrogação apresentado pelo próprio presidente da Comissão, senador Angelo Coronel (PSD-BA).

Angelo Coronel espera do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), uma sinalização se a CPMI tem condições de funcionar remotamente, como estão sendo feitas as votações do Plenário, ou se, em uma nova decisão, o prazo de prorrogação pode começar a contar apenas a partir da volta à normalidade das atividades do Congresso Nacional.

De qualquer forma, nesta nova fase, segundo o presidente, a CPMI pretende se debruçar sobre a distribuição de informações falsas acerca da pandemia de Coronavírus, principalmente pelo WhatsApp.

“Vamos tentar chegar a esses criminosos (quem espalha informação falsa) que estão atentado contra a vida”, promete Coronel, informando que a Comissão deverá proceder da mesma maneira quando meses atrás conseguiu chegar a perfis falsos no Youtube que agiam da mesma forma, só que em relação ao sarampo.

Trabalhando de casa, Coronel quer saber se CPMI pode ser remota

Duas Torcidas – Para o presidente, há uma politização de Economia X Saúde, quando o que mais importa neste momento é a saúde das pessoas.

“Até parece que existem duas torcidas. A da desinformação, que quer que as pessoas saiam para as ruas como se a vida estivesse normal, que não há o vírus, que é só uma gripezinha, e o outro lado, que são as pessoas que querem seguir a Organização Mundial de Saúde, as normas do Ministério da Saúde para preservar a sua vida”, observa Angelo Coronel, defensor do isolamento social, condição em que está há mais de três semanas, trabalhando de casa, em Salvador.

O presidente CPMI acha que o presidente Jair Bolsonaro está cometendo um atentado contra a vida das pessoas ao dizer que o “vírus está passando“.

“Será que os governadores e prefeitos e o próprio Ministério da Saúde do Governo Bolsonaro estão errados e só ele está certo? Ele (Bolsonaro) tá passando uma desinformação, ele tá colocando uma fake news“, frisou Coronel.

Atacado pelas redes sociais desde que assumiu a presidência da CPMI, Coronel disse que fez uma pesquisa e constatou que quase todas essas mensagens possuem o mesmo texto, o que na opinião dele deixa claro que esses disparos nas redes são feitos por robôs.

“Essa será uma das nossas lutas na CPMI: acabar com esses robôs e com esses patrocinadores criminosos, porque o robô é uma máquina e essa máquina é tocada por alguém. E alguém que toca essa máquina, e esse outro alguém que paga por essas despesas, que nada disso é de graça, precisam ser punidos exemplarmente”, enfatiza o senador, alertando em seguida que não se trata de maneira alguma de censura, mas sim de “banir das redes sociais esses criminosos digitais”.