O proprietário da AM4, Marcos Aurélio de Carvalho, disse à CPMI das Fake News, nesta 4ª feira, 4, que não foi ninguém da agência que apagou mensagens de disparos em massa de WhatsApp enviados durante a campanha eleitoral de 2018.
A agência fez campanhas políticas, entre elas a do então candidato Jair Bolsonaro, mas subcontratou outra agência, a Yacows, para fazer os envios de mensagens por celular.
No dia 19 de fevereiro, um dos sócios da Yacows se defendeu perante a Comissão garantindo que a empresa não poderia ser responsabilizada pelo sumiço das mensagens, cujo conteúdo a CPMI investiga se continha informações falsas.
O dono da AM4 sugeriu aos parlamentares que quebrem o sigilo telemático da Yacows para chegar ao conteúdo.
Dono da AM4 sugeriu quebra de sigilo da Yacows, que fe zos disparos (Roque Sá/Ag. Senado)
Segundo Marcos Aurélio, a AM4 notificou extrajudicialmente a Yacows quando o assunto se tornou público, ainda em 2018, a partir de uma reportagem do jornal Folha de São Paulo.
O dono da AM4 confirmou que a época enviou pouco mais de nove mil mensagens a uma lista de apoiadores de Bolsonaro, mas apenas com o objetivo de informar um novo número de celular que seria utilizado.
Ele respondeu, enfático, quando perguntado por parlamentares se a agência já espalhou mensagens ou disparos com informações falsas: “Nós nunca nos daríamos ao papel de fazer isso (espalhar fake news)”.
Requerimentos – O presidente da CPMI, senador Angelo Coronel (PSD-BA), que não esteve presente à reunião por causa de um problema de saúde, informou que vai propor um acordo de líderes para que sejam votados na semana que vem todos os requerimentos pendentes na Comissão.
São 112 pedidos de diversas modalidades, entre eles os que querem as convocações do vereador Carlos Bolsonaro e dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Na reunião desta 4ª, deputados aliados do governo reclamaram que até agora a CPMI ouviu 19 pessoas convocadas ou convidadas pela oposição, enquanto que apenas quatro pelo lado do governo estiveram no colegiado (o dono da AM4 foi convocado por requerimento do deputado Rui Falcão, do PT-SP).
Coronel quer votar requerimentos na semana que vem (Ana Luiza Sousa)
“Se não foi votado (os requerimentos), nós não podemos manter a proporção. A ideia é ouvir na mesma proporção (os do governo e os da oposição) em que são apresentados”, explicou Angelo Coronel, frisando mais uma vez que está fazendo papel de juiz e que não está lá nem para prejudicar nem ajudar um lado ou outro.
Do total de requerimentos, 31 são apenas da deputada Caroline de Toni (PSL-SC), aliada do Palácio do Planalto.
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