O senador Angelo Coronel (PSD-BA) disse que está preocupado com os rumos da Reforma Tributária proposta pelo Congresso Nacional.
Coronel é um dos 50 membros titulares (25 senadores e 25 deputados) da Comissão Mista Temporária instaurada para apresentar um projeto de lei que modifique a cobrança de impostos no Brasil, tido como o país de maior carga tributária no mundo.
O senador baiano acha que dentro da Comissão está havendo “muito discurso bonito, com tom populista em troca de votos quando se fala que as empresas pagam menos do que o trabalhador e quando se diz que precisa taxar os dividendos porque quem recebe lucros e dividendos não tem imposto”.
Coronel adverte que “as pessoas têm que entender que quando você é empresário você paga o imposto da empresa, a empresa é sua. Você está pagando. Você paga 15% de Imposto de Renda, você paga adicional de imposto de renda, você paga 9% de contribuição social sobre o lucro, fora PIS e COFINS, ICMS e IPI”.
Equilíbrio – Angelo Coronel prega uma Reforma Tributária que beneficie o consumidor/trabalhador, mas também o empresário.
“Não podemos pensar que você atacando o trabalho você vai favorecer o capital”, alerta Coronel, enfatizando que “capital e trabalho têm que andar harmônicos, unidos. Porque não adianta você querer matar um em detrimento do outro”.
Levando à Comissão sua experiência de empresário, Angelo Coronel acredita que não adiantará nada reduzir apenas a carga tributária sobre a pessoa física (o parlamentar é autor de PL sobre o assunto – PLP 163/2019), por isso defende a necessidade de se reduzir a carga tributária da indústria, do comércio e do setor de serviços, “porque pagamos a maior taxa de impostos do mundo e precisamos reduzir isso para fomentar o emprego, para fomentar a renda e fazer com que se tire recursos da especulação e que esses recursos venham para o setor produtivo. Só dessa maneira é que conseguiremos fazer uma grande reforma tributária nesse país“.
O senador contou que está se aprofundando com sua equipe de assessores para apresentar propostas que atendam às expectativas do povo e dos empresários, “porque o empresário também faz parte do povo brasileiro, não podemos achar que o empresário é o grande vilão dessa história. A empresa é que gera o imposto. Se não tiver o imposto não tem a saúde, não tem a educação, porque tudo sai da renda gerada pelos empresários”, explica Coronel.
Ele também pede que haja combate à elisão fiscal, que são brechas na lei que permitem a alguns pagar pouco imposto, ou até mesmo nenhum, enquanto outros pagam demais.
Por fim, Coronel pede que a Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária “pense não em uma reforma de governo, mas de Brasil, reforma que seja perene, e não um paliativo para dar satisfação a uma parte da sociedade. Não adianta apertar a empresa e deixar o consumidor folgado, ou vice-versa”, concluiu.
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